41 anos em 2 minutos
Uma linha de fios sai do meu coração. Dezenas de linhas ferroviárias encerradas. Centenas de linhas nas minhas mãos. Milhares de linhas brotam dos meus vasos comunicantes. Milhões de linhas vivem nas minhas paredes. Biliões de linhas preenchem o meu corpo. Agora elas podem ver o que eu sou e no que me tornei.
Linhas de sol e de radiação incendeiam a minha vista e não me deixam contar quantas linhas há em 41 anos de vida. Apenas a sustentação da chiadeira que elas fazem nos muros suspensos onde o meu nome toca a tua aparelhagem.
As linhas ferroviárias têm o meu toque e o autocarro número 41 da Carris já não existe, mas nos STCP pode levar-me da Cordoaria a Gatões (!!). Todas elas têm os meus sonhos e preenchem a minha pobre mente que gira nas minhas mãos e que agora dizem onde me situo.
Continuo a ver o futuro a trazer montes de progresso mas ao mesmo tempo alguma frieza. Hoje as pessoas não têm linhas para viver, apenas rabiscos para estremecerem e curvas para se movimentarem. Sinteticamente é o que há. É como dizer que o número 41 é um número primo e que por acaso é o menor dos primos que pode ser escrito como a soma de números primos consecutivos (41=2+3+5+7+11+13=11+13+17). Hehe :)
O que me consola é que Mozart não escreveu 40 sinfonias, mas sim 41. A Sinfonia de Jupiter. Em C Maior.
Fuck 40! Welcome 41!