2006/02/23

Arlequim


Com a aproximação do Carnaval, evento este que não ligo absolutamente nada, sobretudo após a massificada abrasileiração que nos impingem neste rectângulo europeu onde vivemos, fico a imaginar a quantidade de pessoas que poderiam sair à rua mascaradas de Arlequim, imaginando tempos passados com os nossos saltimbancos de hoje.

Uma espécie de contradição existente entre aquilo que as pessoas querem ser e aquilo que elas realmente são. Tal como o Arlequim e as suas metamorfoses, a contradição resume-se na ambivalência de carácter. Ao mesmo tempo dançarino e guerreiro. Sedutor, mas violador. Moderno, porém pensa de uma forma selvagem e primitiva.

Esta imagem, original de Pablo Picasso, penso que quer mesmo ter esse significado. E hoje em dia, não falta quem rebaixa os vencidos mas que depois se preocupa com a sua aparência (narcisista). Não, isso não é nada comigo.

Não. Eu não pertenço ao exército dos mortos nem dos fantasmas. O que o Carnaval faz é recuperar estas lendas arcaicas na tentativa de as extrapolar para os nossos dias. Com máscaras.

Estou inconsciente, mas atento.

3 comentários:

Unknown disse...

Spartakus :) Eu também!

Hugzz sem máscaras

extravaganza disse...

Curiosamente hoje ouvi a notícia que no Brasil, e aproveitando um desfile carnavalesco, 4 assaltantes roubaram duma galeria de arte obras de Picasso, Dali, Monet e Matisse.

Unknown disse...

Extravaganza :) A força dos mascarados sobre alguma sociedade civil... aí estão os Arlequins presentes... e essa galeria brasileira mais pobre ficou, infelizmente :(

Bjzz a desfilar