Pois... É Mesmo Too Loud
Do trabalho ou da universidade pouco importava. De comboio ou de carro também não fazia diferença. Encontraram-se finalmente. Cada um com histórias diferentes, como se tivessem ambos sobrevivido ao fim do mundo, mesmo que durante alguns segundos, parados permaneceram com a cabeça erguida e com um sorriso quase de primeira página. Ninguém comera como deve ser numa conversa tão animada como comprida que tomou conta das personagens, como se a vida adulta não passasse tão depressa, como se o tempo se assustasse consigo próprio pelo prazer dos ponteiros do relógio avançarem de forma lenta.
Nesta mesma manhã ao acordar com o vento que lhe baloiçava as cortinas da casa, apesar do verão já presente, só pensava que o dia hoje, para seu próprio bem, deveria correr muito depressa, num abrir e fechar de olhos, como se as divergências pudessem alguma vez violar a revolução que ambos tentariam alimentar.
A uma determinada altura o relógio tonto teve que dar sinal, mas ao mesmo tempo avisou que ali, ninguém iria morrer, porque a escama prateada talvez fizesse parte da cripta subterrânea que uma deliciosa barra de chocolate traria à superfície, como se ao chegar a casa ambos tivessem a necessidade de elevar o som do amplificador, nem que fosse para sentir o mar mais perto.
[dedicado à Humanidade, by Kraak, 2005, Viagens de Comboio pelo Mar, 1965-20XX]
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