Eu Não Tenho B.I.
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Perguntava-se a si próprio porque não teria consigo uma revista ou um livro para ler na carruagem-restaurante enquanto ali permanecia. Ele próprio não obteve resposta. Estava demasiado cansado para pensar no assunto. Pediu o seu habitual café e sabe-se lá por qual motivo, sentou-se ao pé de Ana.
- Sabes, aprendi a viver de outra maneira, tal como tu que trazes esses headphones nos ouvidos.
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- Tenho aqui uma fotografia dos meus avós - portugueses - abraçados. (Tira a foto). Queres ver?
- Tens avós portugueses? Que giro. Sim, quero. Claro que quero ver a fotografia.
- Toma.
- Hum... Isto é puro. Vê-se tão bem que são ou foram felizes. Será que hoje em dia estamos dispostos a conceder este tipo de amor?
- Canta-me em voz alta o que estavas a ouvir.
- Não.
[dedicado à Humanidade, by Kraak, 1985, Viagens de Comboio pelo Mar, 1965-20XX]
2 comentários:
hummm fabuloso: viajei ao passado (ao meu tempo de inter-rails); ao presente (às viagens que faço dentro de mim)... e ao futuro (estarei disposta a conceder esse tipo de amor)!
gostei muito amigo
beijos
Carla :) Recuperei este escrito de um caderninho com apontamentos que guardo comigo há muitos anos. Ainda bem que gostaste, obrigado. É uma série de episódios soltos. A ver se os marco com uma tag devida.
Sabes, também viajei no passado e no presente, nas viagens que também faço dentro de mim, tal como tu. Ao contrário de ti, naum vou viajar no mesmo futuro que tu, infelizmente. Já dei. Já naum aguento.
:(
Bjzz sem identificação
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