Em Todos os Jardins
Precisamente há 3 anos atrás caminhava eu de Menorca para Lisboa. Semana passada recordei essas merecidas mini-férias que nessa altura tive porque fui confrontado com a trágica notícia do falecimento da filha de uma grande colega de trabalho, filha de nome Joana, 28 anos, vítima de um acidente de viação em... Menorca.
Hoje, ao pé das suas cinzas que também hoje aterraram em Lisboa, foi-me oferecido uma pequena folha de papel, cortada às pressas, com a fotografia da Joana e com um poema que comecei a ler.
"Em todos os jardins hei-de florir,
Em todos beberei a lua cheia,
Quando enfim no meu fim eu possuir
Todas as praias onde o mar ondeia.
Um dia serei eu o mar e a areia,
A tudo quanto existe me hei-de unir,
E o meu sangue arrasta em cada veia
Esse abraço que um dia se há-de abrir.
Então receberei no meu desejo
Todo o fogo que habita na floresta
Conhecido por mim como num beijo.
Então serei o ritmo das paisagens,
A secreta abundância dessa festa
Que eu via prometida nas imagens."
["Em Todos os Jardins", de Sophia de Mello Breyner Andresen in "De Poesia", 1944]
Joana, (possível) adoradora do mar e de Sophia. Todo o mar é para ti. Todos os jardins são para ti. Toda a poesia é para ti.
4 comentários:
:'
porra!
sou assídua desse "paraíso" há uns anos...
como é que um sítio que parece cinzelado pelos deuses pode pecar assim?
C:| :) Qual foi o meu pecado? :S Medo. Qual é o "paraíso"? Ai!
Bjzz assíduos
o pecado, pelos vistos, foi de uma estrada qualquer no tal do paraíso...
bjzz
C; :) Ufa. Até me assustei! Naum me apercebi que te referias a Menorca... Hum... (tenho andado muito lento nos últimos dias).
Realmente..., mas sabes que notei um pouco isso quando estive nesse paraíso... as estradas são um pouco suspeitas, infelizmente.
Bjzz menorquinos
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