Uma Questão de Fuso Horário
Quando os sinos das igrejas de Praga anunciam, em voz alta, os simples mistérios da minha própria vida, é altura de pensar que a minha alegria é pequena comparada à insignificante dor que sinto quando, próximo à minha garganta, se encontra um bocado de comida quente. De alguma forma também misteriosa ando com ela a rolar, entre os dentes e o céu da boca, até que ela arrefeça.
Como a comida quente custa a arrefecer o melhor mesmo é empurrá-la com um copo de vinho. Aceita-se portanto que ela não sabe a nada.
Como a comida quente custa a arrefecer o melhor mesmo é empurrá-la com um copo de vinho. Aceita-se portanto que ela não sabe a nada.
São estes pequenos acontecimentos que me permitem concluir que o tempo não se expande.
[photo by Kraak @ Castelo de Praga, Praga (CZ), 26 Abr '08]
2 comentários:
Com este texto fico com a impressão que terás uma relação estranha com o tempo... :)
Pelo menos estranha!
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Isso de ter os mistérios da própria vida anunciados num lugar daqueles... até vale a pena tê-los! (sim, a esses, aos mistérios!)
Andares a brincar com conceitos de pequenez e insignificância de alegrias e dores... só mesmo dada a magnificência de Praga, não é?! (oh Caro "Rei"!)
Éme :) Houve um qualquer anónimo irlandês que afirmou que "Maio é o tempo da perfeita harmonia". O tempo dos dias marados parece ter passado e agora, o tal vento, a tal brisa, é só doçura.
Claro, Praga inspirou-me para todas estas coisas também (algo) maradas que ando a escrever nos últimos tempos.
Praga e a sua magnificência trouxeram-me melodias de paz.
Bjzz tronados
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