2008/04/23

Existência



Dizer que nunca ignorei as palavras dos outros talvez seja demasiado forte. Sempre precisei delas. E das minhas. Os outros que procurei, com as suas palavras, sempre abrangeram um vasto leque de indecisão, inocência, força, sentido e sobretudo de existência, pois para ouvirmos outras palavras é preciso saber onde as buscar. Não apenas uma, mas duas, três ou quem sabe, quatro ou mais.

Se somos o que a nossa gramática aceita como palavras correctas, pelas veias que habitam o nosso corpo passam frases prontas que ecoam os nossos sentidos, nomeadamente o da audição. Tanto ouve o coração como a mente.

As rotas por onde vou partem de mim próprio. Sou eu que as escolho. Nunca me obrigaram a ir para a esquerda quando sabiam que eu queria ir para a direita. Nunca me proibiram de ir para a esquerda quando sabiam que me iria custar muito se para lá não fosse.

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