Não Sei Quantos Sentidos Tenho
"A distância que se invalida..." palavras d'O Piano. De um pranto que se forma através de um elogio que não mereço. O pranto é uma parte das nossas palavras instrumentais e instrumentalizadas que saem geometricamente dos seus contornos. Como se tirássemos as palavras de nós próprios e ao mesmo tempo tivéssemos uma pá para as recolher.
Fecho os olhos e aguardo pelos raios de sol que andam aí a chegar. Sem distâncias e na altura própria, o meu pranto fica para a minha sepultura, como numa reflexão fora de prazo, roído pelos arranhões dos gatos que povoam o subterrâneo do caixão.
Quando aí estiver realmente só, darei largas à imaginação da minha dor e lembrar-me-ei de um dos grandes álbuns dos Built to Spill: 'There's Nothing Wrong with Love'. Pois não. Não há nada de errado. Nós é que muitas vezes o matamos. Quer sejamos obrigados. Quer por não termos dado conta. Quer por não termos paciência.
Fecho os olhos e aguardo pelos raios de sol que andam aí a chegar. Sem distâncias e na altura própria, o meu pranto fica para a minha sepultura, como numa reflexão fora de prazo, roído pelos arranhões dos gatos que povoam o subterrâneo do caixão.
Quando aí estiver realmente só, darei largas à imaginação da minha dor e lembrar-me-ei de um dos grandes álbuns dos Built to Spill: 'There's Nothing Wrong with Love'. Pois não. Não há nada de errado. Nós é que muitas vezes o matamos. Quer sejamos obrigados. Quer por não termos dado conta. Quer por não termos paciência.
Como se cada verso fosse uma diferente história.
"I thought I bored me but I learned to think like you
Now nothing bores me that's that nothing is thought through."
[in "Big Dipper", by Built to Spill]
[photo by Kraak @ Praga (CZ), 26 Abr '08]
4 comentários:
"Fecho os olhos e aguardo pelos raios de sol que andam aí a chegar. Sem distâncias e na altura própria, o meu pranto fica para a minha sepultura, como numa reflexão fora de prazo, roído pelos arranhões dos gatos que povoam o subterrâneo do caixão."
____________cito-te__________:
só por isto tudo te é devido.
e muito mais. sobretudo pelo tempo passado e que trazemos à ilharga até hoje.
num "comboio" de memórias que nunca se extinguem.
______________, adoro.te________!
obrigada C.
sem prantos. de mão na mão.
pois é amigo, nada de errado tem o amor, a não sermos nós que o amordaçamos em gavetas do tempo...temos os cinco sentidos e quase sempre não os usamos para o alimentar...ficámos à espera de um outro que nunca chega e, até lá, ele definha nas palmas das nossas mãos...
...e chega o pranto e as reflexões num prazo que não caduca e descobrimos que são esses arranhões, de um qualquer gato selvagem, que nos podem fazer emergir desse subterrâno onde não queremos estar!
Desculpa a reinvenção das tuas palavras
deixo-te uma beijo sem rimas, de uma história como qualquer outra
Isabel Mendes Ferreira :) Também te cito: "De mão na mão". Sabes as estradas que ficam intransitáveis durante o inverno?
Sem silêncios pesados, Maio já permitiu que a neve começasse a derreter.
Obrigado eu! Adoro-te!
(Sabes, tenho montes de cenas para te contar! :D)
Bjzz sem arranhões
Carla :) Naum é reinvenção das minhas palavras, mas sim a reflexão do que essas palavras te permitiram dizer. Concordo em absoluto.
E o tempo, como tem um prazo que naum caduca, parece caminhar sempre por estradas que naum vão dar a nenhum sítio, com semáforos a mostrar quase sempre o foco amarelo ou vermelho.
Nada como tentar escoar o tempo.
Bjzz semaforizados
Enviar um comentário