2006/07/13

O Som

Eram duas raparigas. Ao passar por aquela esquina, vi que só poderiam ser Marta e Júlia. Mas que fariam elas ali? A suposta Marta trazia umas saias brancas e uma blusa de tons rosados que lhe ficavam bem. Rosada como a maior parte das vezes ficava a sua face, cada vez que os rapazes do liceu lhe diziam que ela tinha um corpo apetecível. Embora corada, Marta não se deixava ficar calada e só dizia "Vão para o diabo!". A suposta Júlia, que passava a vida a fumar ganzas, usava um vestido verde e, mais atrevida que Marta, trazia qualquer coisa que não conseguia ver bem, mas ao que parecia seria uma espécie de lenço gigante, vermelho, à volta do rabo.

Elas sempre funcionaram muito bem. Pareciam irmãs de sangue, mas na realidade nunca ninguém percebeu se eram sequer familiares. Havia todo um mistério à volta das duas. Na generalidade, todos os colegas mais chegados, frequentavam todos uns as casas dos demais, e embora Marta e Júlia fabricassem toda aquela alegria connosco, nunca fomos à casa delas nem nunca sequer nos convidaram. Era do tipo, ficávamos à porta ou combinávamos noutro sítio qualquer, mas nunca em casa delas.

Tendo o sinal passado a verde, meti a primeira e lá segui o meu caminho. Não por muito tempo. Por sorte, no próximo cruzamento, pude cortar à direita e consegui inverter o sentido de marcha. Voltei à esquina. Estacionei nas proximidades. Saí do carro, com os meus novos óculos de sol D&G e caminhava ao encontro de Marta e Júlia.

[Continua no blog da Sea]

6 comentários:

Sea disse...

O texto já está, mas o problem é que eu não sei colocar o link para o teu blog...

Unknown disse...

Sea :) Já tens o e-mail :D

Polly Jean disse...

Tá giro. Tá Tá!

Unknown disse...

Polly Jean :) Achas?? Obrigados. WEE!

Vanda disse...

Vim da Sea para aqui e daqui vou para a Sea??? :))

um bom domingo

Van

Unknown disse...

Vanda Baltazar aka Van :) Sim. É a única forma de escrevermos um conto partilhado... Obrigado pela tua visita.

Feliz domingo!