2008/11/29

Um Bilhete para a Imortalidade, SFF


Estar em casa doente faz-me, nos tempos em que estou deitado e cheio de mantas por cima, pensar que há certas leis que determinam o comportamento das pessoas. Entre sonos, pensamentos, bocejos e programas idiotas de televisão, encontro-me num rio de rápidos, caudal mais grosso devido às chuvas, a tentar atravessar para a outra margem. Já perto da margem oposta, vejo 5 grandes cães pretos que tentavam fazer o mesmo que eu para se salvarem. Perco o equilíbrio e uma rocha permite-me que eu a agarre. É quando vejo um cachorro, também preto, submerso a olhar para mim.

Afogado, com o braço esquerdo retiro-o da água. Com o braço direito, protejo-nos. Avisto a outra margem e os cães olham para mim como nuvens de côr rosada. Já com algum equilíbrio, as cores do cachorro começavam a ficar mais intensas o que me permitiu chegar à outra margem, como se estivesse a mudar de pele.

Os cães, num estranho sentimento de cordialidade para comigo, cercaram-me enquanto um deles tratava do cachorro que expelia água. Aliviado, os cães protegiam-me. Foi quando apareceste vindo do nada, de forma algo rebelde, algo sisuda. Algo intratável, algo sorridente.

Só me pergunto porque é que os cães se afastaram, foda-se.

Para ouvir:
Pink Cloud Tracing Paper, pelos Asobi Seksu
:-:-: Asobi Seksu, via Kraak FM <'+++<

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