2008/07/06

Não Mates as Aranhas


Deixara-se ir, separada, na esperança de ver que o monte se iria despertar. Caminhava em direcção a um ponto qualquer que havia fixado, mesmo não sabendo para onde ir. Por vezes pensava em montes e montanhas, vulcões e labaredas, aranhas e vespas. Notara que apagava a pouco e pouco a sua voz e isso deixava-a traumatizada, com vontade de protestar porque já lhe doíam os pés e nada acontecia que a fizessem suportar tal dor.

Apesar de jovem, começava cedo a perder a sua ilusão quando reparava que a insónia bloqueava a sua vida. Cedo achava que já não queria ver ninguém, remetendo-se para um silêncio exausto que ela própria não sabia explicar.

Como se desse conta que há coisas que começam a ficar fora de moda.