2006/06/15

Alemanha, Mundial '06, Putas e Arcebispos

De acordo com o alto responsável do Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes arcebispo Agostino Marchetto, as mulheres transformam-se em mercadorias que se compram num qualquer supermercado onde o seu preço é inferior ao preço de um bilhete para ir à bola, segundo anunciou a Radio Vaticano, numa entrevista sobre o tema relativo ao fluxo de prostitutas (a maior parte proveniente dos países do leste europeu) que caminharam para a Alemanha e que aí permanecerão até ao final do Mundial '06.

Acho graça a essa malta: avisam, dizem o que se passa, mas depois não fazem nada. Só criticam e em nada contribuem para a melhoria das condições humanas das mulheres afectadas. Países como a Alemanha, onde a prostituição é legal, onde as meninas têm um seguro de saúde com acompanhamento sanitário apertado, onde também pagam para a segurança social, não é com certeza o modelo de país idealizado pelo Vaticano e seus descendentes.

Talvez seja este o problema do mundo latino, fortemente influenciado pelas directivas emanadas da Cidade do Vaticano.

O problema não está aí palhaços. O problema não se resolve com uma maior incidência das autoridades alemãs sobre o tráfico nem com a degradação da imagem das prostitutas que Suas Excelências pretendem transmitir, mas sim com a atracção desencadeada nas camadas mais baixas (?) forçadas à prostituição para responder à enorme procura de sexo que está a ocorrer pela Alemanha.

Era melhor se descobrissem a curva que separa a escravidão e o trabalho.

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