Paisagens Marginais

Foi assim neste domingo de manhã pela Estrada Marginal (N6).
Bastou-nos apenas 3 horas do dia para perceber o entusiasmo das energias,
das determinações, das reconstruções, das recuperações.
Um entusiasmo que se traduziu em exaustão com algum calor.

Com o céu azul e sem nuvens, guiei-me sem destino, embora quisesse chegar até este ponto.
Até ao local onde a fronteira seria atingida. O sítio onde teoricamente não deveria passar.
Como um autómato, passei. Sem passaporte, sem visto, sem contrato de trabalho.
Fui mais além.
Este salto fez-me pensar na consciência da minha sorte,
sobre o que encontraria mais adiante.



Voltei.
O meu rosto era como se tivesse visto pinturas medievais.
Tive a sensação de estar privado de todas as possibilidades futuras.
Meti travões sem freio.
Hoje, acabei por decidir ser conveniente dar uma olhadela nesse dia,
(retrocesso..., flashback...)
para que não deparasse com nada de inesperado quando voltasse nos dias seguintes.
E voltei e continuo a voltar aqui quase todos os dias.
Com a minha amiga Avalanche Azul. Estremeço. Este lugar também já foi teu.
Não vou além da rotunda. Só mais 200 m. Permaneço no meu território.