Estação de Cascais: 8h40m.
Já não tenho tempo para apanhar o comboio das 8h48m. Preciso comer qualquer coisita. Vou no comboio seguinte. Yeap, 15 min depois. 9h03m. É bom haver horários cadenciados.
Empurrado para dentro da carruagem após um cigarrito, sento-me com mais algumas pessoas ao pé. O comboio lá arranca suavemente, leva-me para uma viagem quase constante com Atlântico e o Tejo de um dos meus lados, numa sequência de estradas, carros, casas, mosteiros e centros culturais, estações e apeadeiros do meu outro lado. Uma viagem cuja lembrança constante e permanente és tu.
Hoje não houve leitura. Exististe tu através deste vôo, tu através destes carris, tu através destas águas. Tu ao pé da janela, tu que dormias enquanto o dia amanhecia, tu numa rota nocturna polarizada entre o espaço e o tempo, como num diagrama de circulações ferroviárias.
E eis que a cidade se aproxima, eis que o meu destino se acerca e de uma forma permanente continuas a iluminar a minha mente, como as luzes da nossa brilhante cidade.
Com Indie Rock 'N' Roll à mistura. :D